Bom dia mulherada!
Feliz Dia da Mulher!
Neste dia, venho aqui fazer um desabafo.
Estava assistindo a entrevista da Maria da Penha no programa Mais Você e fiquei chocada com os dados de violência apresentados.
É um absurdo que, numa sociedade dita "moderna", ainda existam situações tão gritantes de violência física, sexual e psicológica.
Fiquei pensando em quantas "Marias da Penha" existem por aí, sendo agredidas, humilhadas, desprezadas... Isso me doeu...
Quantas Elizas, Mércias, Marias ainda morrerão por conta dessa violência?
Todos somos culpados nessa história.
A sociedade machista, que determina que só é digna de respeito a mulher que for boa profissional, boa mãe, em forma e bem arrumada.
Os homens com falhas de caráter que acreditam que Homem tem que ser Macho (daqueles dos tempos das cavernas), daqueles que não admitem serem contrariados ou questionados.
E por fim, mas não menos importante, A MULHER.
Como assim Audrey? - vocês diriam.
Sim. A MULHER QUE:
*Aceita calada todo o sofrimento e humilhação;
*Tem medo de denunciar por causa do que os outros vão pensar;
*Chama a polícia no momento da agressão apenas para "dar um susto pra ver se Ele melhora".
Uma coisa que tenho visto FREQUENTEMENTE nos últimos tempos é que as mulhers não levam adiante as denúncias de maus tratos.
A justiça só pode fazer alguma coisa contra o agressor se a mulher fizer o B.O. de agressão e levar a ação adiante.
A grande maioria das mulhers chama a polícia apenas pra assustar o agressor, esperando que com isso o comportamento deles mude.
Aí a polícia chega no local e a mulher se recusa a ir até a delegacia fazer a denúncia, porque sabe que o agressor pode ficar preso.
Ou até faz a denúncia, mas retira no dia seguinte para que o processo não siga em frente.
NÃO ADIANTA NADA!!!!
Sei que somos otimistas, que acreditamos que as pessoas vão mudar, mas nesse caso não vale o risco!
Você vai ficar esperando ele mudar até quando?
Até ele finalmente conseguir te matar?
Fico muito triste por todas essas mulheres e desejo do fundo do meu coração que elas tenham a coragem necessária para retomar o rumo de suas vidas e consigam buscar a tão sonhada felicidade.
Para encerrar, deixo aqui o texto que foi veiculado na campanha do Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher (25 de novembro) .
Não é meu aniversário ou nenhum outro dia especial, tivemos a nossa primeira discussão ontem à noite e ele me disse muitas coisas cruéis que me ofenderam de verdade.
Mas sei que está arrependido e não as disse a sério, porque ele me enviou flores hoje.
Não é nosso aniversário ou nenhum outro dia especial.
Ontem ele atirou-me contra a parede e começou a asfixiar-me.
Parecia um pesadelo, mas dos pesadelos acordamos e sabemos que não é real.
Hoje acordei cheia de dores e com golpes em todos os lados.
Mas eu sei que ele está arrependido porque me enviou flores hoje.
E não é dia dos namorados ou outro dia especial.
Ontem a noite bateu-me e ameaçou matar-me.
Nem a maquiagem ou as mangas compridas poderiam ocultar os cortes e golpes que me ocasionou desta vez.
Não pude ir ao emprego hoje porque não queria que percebessem.
Mas eu sei que ele está arrependido porque me enviou flores hoje;
E não era dia das mães ou nenhum outro dia. Ontem à noite ele voltou a bater-me, mas desta vez foi muito pior.
Se conseguir deixá-lo o que é que vou fazer?
Como poderia eu sozinha manter meus filhos?
O que acontecerá se faltar o dinheiro?
Tenho tanto medo dele!
Mas dependo tanto dele que tenho medo de deixá-lo... Eu sei que ele está arrependido, porque me enviou flores.
Hoje é um dia muito especial; é o dia do meu funeral.
Ontem finalmente conseguiu matar-me. Bateu até que eu morresse. Se ao menos tivesse tido a coragem e força para deixá-lo... Se tivesse pedido ajuda profissional... Hoje não teria recebido flores!
Lei nº 11.340
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.
Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos.
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm
DISQUE 180
A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 – funciona 24 horas por dia, de segunda à domingo, inclusive feriados. A ligação é gratuita e o atendimento é de âmbito nacional.
Atendimento qualificado – A Central funciona com atendentes capacitadas em questões de gênero, nas políticas do Governo Federal para as mulheres, nas orientações sobre o enfrentamento à violência contra a mulher e, principalmente, na forma de receber a denúncia e acolher as mulheres. Utilizam um banco de dados com mais de 260 perguntas e respostas elaboradas com base nas informações disponíveis na Secretaria Especial de Políticas para Mulheres (SPM) e em todas as denúncias já recebidas por sua Ouvidoria. A capacitação das atendentes foi desenvolvida em parceria com o Instituto Patrícia Galvão, de São Paulo.
A criação da Central atende a uma antiga demanda dos movimentos feministas e de mulheres e de todos aqueles que atuam no contexto de mulheres em situação de violência. Além de encaminhar os casos para os serviços especializados, a Central fornecerá orientações e alternativas para que a mulher se proteja do agressor. Ela será informada sobre seus direitos legais, os tipos de estabelecimentos que poderá procurar, conforme o caso, dentre eles as delegacias de atendimento especializado à mulher, defensorias públicas, postos de saúde, instituto médico legal para casos de estupro, centros de referência, casas abrigo e outros mecanismos de promoção de defesa de direitos da mulher.
As beneficiárias diretas desse serviço serão as mulheres, mas o enfrentamento à violência contra a mulher repercute positivamente sobre toda a sociedade. Com a Central de Atendimento, todas as mulheres poderão receber atenção adequada quando em situação de violência, sem nenhuma exposição, pois o sigilo é absoluto e a identificação será opcional. Mas não só as mulheres que podem acionar os serviços. Homens que queiram fazer denúncias de casos de violência contra a mulher serão bem acolhidos.
A Central de Atendimento à Mulher é uma parceria da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres (SPM) e as empresas Embratel, Eletronorte, Eletrobrás, Furnas e do Disque Denúncia do Rio de Janeiro.
3 comentários:
Concordo com vc, belo discurso!
bjs...
Parabens pelo post! muito sério e comovente.
Bju
Todas as mulheres do mundo deveriam ler este post e abrir os olhos para a realidade.
E principalmente, aprender a escolher melhor seus companheiros e a hora de abandona-los.
beijos.
Postar um comentário